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NOSSOS HERÓIS

RICHARD PETROCELLI

Richard Petrocelli nasceu em 26 de maio de 1932 em São José do Rio Pardo, 200 quilômetros ao norte da capital paulista. Com 14 anos entrou para o time infantil do Rio Pardo. Virou profissional em 1949, com 17. De cara, foi campeão e artilheiro da Segundona paulista, com 40 gols.

Era homem de ataque. Jogava de meia-direita ou esquerda. Se precisassem de um centroavante, ele comparecia. Em 1950, fez um teste no time de aspirantes do Palmeiras. No mesmo jogo foi contratado para o time principal. Chegou arrasando: ajudou a vencer as chamadas “cinco coroas” daquele ano: Torneio Início, Taça Cidade de São Paulo, Torneio Ano Santo, Paulista e Rio-São Paulo. Um ano depois, estava no time que jogou a Copa Rio.

Esse torneio de 1951 equivaleu ao Mundial de Clubes de hoje. Participavam o Vasco, o Áustria Viena, o Nacional-URU, a Juventus-ITA, o Sporting-POR, o Olympique Nice-FRA e o Estrela Vermelha-IUG. Petrocelli começou sua participação na Copa Rio entrando no lugar de Aquiles, na vitória contra o Olympique Nice. Marcou o terceiro gol dos 3 x 0. Não jogou as duas partidas seguintes, contra Estrela Vermelha e Juventus.

Richard entrou nos dois jogos posteriores, contra o Vasco. No segundo jogo fraturou a tíbia. E não pôde participar das finais, quando o Verdão empatou com a Juventus e depois ganhou por 2 x 1. Mesmo engessado, era “campeão do mundo”.

Descobriu que suas condições físicas eram piores do que tinha imaginado. Ficou seis meses parado. Estava a caminho da Fiorentina-ITA. Foi derrubado por uma ruptura de ligamentos. Percebeu que não ia mais se recuperar de tantas contusões e largou o futebol aos 32 anos. Casou-se com Magali Nogueira Petrocelli e teve três flhos. Quando encerrou a carreira, voltou para Rio Pardo. Virou fazendeiro.

Em depoimento ao site “Memória da Bola”, Richard contou a maior malandragem da carreira: “O Palmeiras foi jogar em Piracicaba contra o XV. Estava 2 x 2. Perto do fim, o Liminha entrou na área. Um zagueiro do XV o atropelou. O juiz apontou o pênalti. Eu cheguei no goleiro do XV, Alfredo, e disse: ‘Companheiro, tenho que estar em São José do Rio Pardo às 8 da noite e não posso demorar muito aqui. Vou cobrar o pênalti, chuto para fora e fica tudo certo’. Alfredo conseguiu convencer os outros jogadores a parar de tentar fazer o juiz voltar atrás. Chutei seco no canto. O goleiro nem se mexeu. Quando a bola entrou, saí correndo para o vestiário. Ficamos horas presos lá até os ânimos se acalmarem”.

Em março de 2013, Richard descobriu que estava com leucemia. Internou-se em 4 de abril no Hospital Celso Pierro, em Campinas. Na madrugada de 16 de abril, os órgãos entraram em falência múltipla. Seu corpo repousa no Cemitério Municipal da sua Rio Pardo.

Fonte: Revista PLACAR